Gráfico x Diversão
Ao pensar neste artigo, veio a minha mente uma situação que a anos vem me intrigando, o avanço do mundo virtual, mais especificamente dos games, esta indústria que em 2016 teve lucros na casa dos 91 bilhões de euros e neste ano pode gerar mais de 110 bilhões, superando o faturamento da cidade cinematográfica de Hollywood.
O mercado dos amantes de games tem ganhado cada vez mais espaço, e virou em uma verdadeira máquina de ganhar dinheiro, ser um gamer (jogador) deixou de ser brincadeira, se tornando em uma profissão, sim hoje em dia há jogadores profissionais que faturam muito, vivendo de jogar vídeo game.
Este ramo está tão atraente, que até um ex-jogador de futebol, abandonou a antiga carreira, que por mais que não fosse brilhante, teve bons momentos, e tornou-se um gamer profissional, falo do Wendell Lira, ganhador do prêmio Puskas de gol mais bonito do mundo em 2015, e que agora é um jogador de Fifa, saiu dos campos em 2016, e foi ganhar a vida no gramado virtual.
Até os times de futebol estão seguindo para nesta linha, por exemplo o Paris Saint-Germain-FRA, equipe do craque brasileiro Neymar, tem seu próprio atleta de Fifa, e um brazuka que tem esta incumbência, ele é Rafael Fortes, ou simplesmente Rafifa como é conhecido no mundo dos games, o garoto de apenas 21 anos, deixou seu antigo estágio na área de relações públicas, e vem se dedicando somente a ser um atleta virtual.
Wendell e Rafael, são exemplos de como este ramo vem ganhando destaque, atraindo patrocinadores, e times, e tendo competições acirradas e com ganhos milionários, mas na minha visão algo está se perdendo no mundo virtual, e a tendência é não voltar, a parte gráfica segue tirando o lugar da diversão.
Deixo claro que sou fã de games, desde pequeno sempre gostei de jogar, meu primeiro console foi um CCE, o game tinha controle de manche, e com um botão do lado esquerdo, recordo que naquela época os gráficos eram o que menos importava, aliás eram bem fraquinhos, mas a diversão era garantida, os jogos eram envolventes, e a família toda interagia.
Lembro de um jogo em particular, no qual o personagem tinha um submarino e a missão era defendê-lo e ir passando de fase, também tinha um de corrida, que poderia jogar por horas e a bandeirada final não chegava, não entendia o muito de game na época, mas adorava jogar, assim como meus pais, tios, primos e amigos, o visual gráfico era baixo, mas como já disse era muito divertido.
Sinto falta desta parte atualmente, da interação entre as famílias nos games, a evolução dos consoles, e consequentemente dos jogos, trouxe vários adeptos, só que afastou muitos outros, no meu entender houve falta de um balanceamento entre gráfico e diversão, as produtoras estão pensando em lucrar e esquecem dos seus fãs.
Voltar no tempo não será possível, mesmo com todo avanço do mundo virtual, mas espero que alguns quesitos sejam revistos, e que marcas famosas como: Xbox da Microsoft e Playstation da Sony, façam esta reflexão, e vejam que não importa o quanto a parte gráfica for maravilhosa, se o quesito interação e entretenimento ficar devendo.
Aristelmo Júnior
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